O livro NAS ENCRUZILHADAS DAS EPISTEMOLOGIAS DO SUL: UM BLUES EM SUL MAIOR - PARTE 1 – PENSAMENTOS METODOLÓGICOS DE UMA UTOPIA POSSÍVEL contribui na investigação da interseção entre imagens, saberes e culturas, na proposta de uma abordagem inclusiva e crítica, de transformação social e reflexiva sobre as questões de poder no colonialismo e eurocentrismo, na diversidade e possibilidades de emancipação. Dentro deste contexto elaboramos a metodologia da Cartografia Imagética inserida no contexto de uma Ciência Decolonial, explorando a aplicação de seus conceitos na compreensão das diversas realidades e implicações culturais, o que será definido no conceito de Terceira Realidade.
Logo o objetivo desta primeira parte “Pensamentos Metodológicos de uma Utopia Possível visão explorar e desenvolver a metodologia da cartografia imagética em consonância com a teoria decolonial elabora o conceito de Terceira Realidade, na perspectiva de abordar a diversidade e suas convergências como utopia possível de compreensão e convivência comunitária dentro das diversas realidades existentes em um mesmo espaço, tempo e contexto; confluindo em uma nova maneira de nos comunicarmos com a complexidade das relações socioculturais. Outros objetivos vão sendo delineados no percurso auxiliando na definição da metodologia e investigação do pensamento decolonial, a exemplo da luta contra o eurocentrismo, definição do conceito do pesquisador na figura do Agrimensor-Flâneur e apresentação de alternativas de pesquisas futuras para testar e explorar a cartografia imagética junto ao conceito de terceira realidade – pesquisas futuras que compõe a Parte 2, 3, 4, 5 e 6 do conjunto de pensamento que intitulamos de “Nas Encruzilhadas das Epistemologias do Sul: um blues em Sul maior”.
A fundamentação teórica tangencia o eurocentrismo com Boaventura, Benjamin, Rancière, Debord e Belting, que devem dar lugar aos teóricos decoloniais para responderem as perspectivas do Sul, a exemplo de Bispo dos Santos, bell hooks, Paulo Freire e Frantz Fanon. Nesta constelação intelectual que inserimos a fundamentação da obra, livro e metodologia para formatar as questões dentro das epistemologias do Sul, ciência decolonial, cartografia crítica, consciência das estruturas de opressão do colonialismo e eurocentrismo, e conceitos de igualdade e transformação social a partir da reflexão sobre poder, diversidade e emancipação.
Estes pensadores, teorias e conceitos interligados são a base e orientação da metodologia para realizar um pensamento crítico sobre as possibilidades e alternativas de sociedade inclusiva e com efetivas transformações das realidades culturais e sociais. O percurso metodológico tem o seu início com a lembrança da fenomenologia e etnologia, no desenvolvimento do trabalho essa lembrança se transforma e constrói percursos na confluência de saberes através de leitura atenta e reflexiva principalmente dos autores decoloniais, nas possibilidades de aplicação prática de seus princípios, para se transformar em concepções da cartografia imagética e ciência decolonial.
Nessa transformação epistemológica que estamos propondo a cartografia imagética e a terceira realidade se mostram mais que uma metodologia e um conceito, elas se configuram em uma forma de pensamento e ação, estimulando o diálogo entre diferentes áreas do conhecimento, integrando a diversidade cultural, a empatia, a ação concreta de resistência e as utopias possíveis e revolucionárias. Na revolução de uma utopia possível de uma sociedade simultaneamente humana e cosmológica.
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