O nascimento do meu primeiro neto, José Vitor, acendeu em mim a necessidade de, de alguma maneira, amparar, sem paternalismo, as crianças mais desprovidas de possibilidades financeiras. Lembrava-me de mim, com sete anos, vendendo pirulitos na rua.

Nesta idade, segundo Piaget, eu já estava no estágio operatório-concreto. Já tinha capacidade de aprender com experiências concretas, já possuía raciocínio lógico, compreensão matemática e de estabelecer relações entre conceitos aprendidos.

Tanto que já conseguia fazer contas de multiplicação, adição e subtração, pois tinha que saber quanto valia determinado número de pirulitos e que troco tinha que voltar ao cliente. E, com certeza, eu não era nenhum gênio.

Hoje me pergunto quanto eu teria acumulado se tivesse comprado ações com apenas dez por cento de tudo o que ganhei ao longo de minha longa vida. De acordo com o estudo “Efeitos de longo prazo da educação financeira em escolas brasileiras”, realizado pelo Banco Central (BC), quanto mais cedo os pais ensinarem aos filhos sobre como lidar com dinheiro de forma saudável, mais chances as crianças terão de alcançar um futuro financeiro estável e seguro.

Então, o objetivo desse livro, é fazer com que as crianças que estão agora com sete anos, não precisem mais fazer esta pergunta daqui a cinquenta anos, pois saberão, na prática, a resposta. Mas, quem são essas crianças e quem vai ensinar a elas estes conceitos fundamentais?A meu ver, as crianças mais necessitadas desse aprendizado, por óbvios motivos, são as crianças das escolas públicas.

Quem vai começar a introduzi-las neste universo de prosperidade, são seus professores. Para isso, vocês, professores, terão que ser os primeiros a nele imergir.

A prática, como sabemos, não é o melhor exemplo. É o único.

Esta imersão, não só vai permitir que repassem os conceitos de educação econômica e financeira para seus alunos, como também os tornará aptos a usufruírem também desta prática. .